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Comércio exterior é “plataforma fundamental” para o crescimento



O economista Marcos Troyjo, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), considera o investimento em tecnologia e infraestrutura a chave para alavancar o crescimento do Brasil via comércio internacioal. Segundo ele, o País já tem as ferramentas necessárias para se tornar “multimatriz” de energia, que também é engrenagem importante para uma economia estável.

Ex-secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia do governo do presidente Jair Bolsonaro, Marcos Troyjo também é empresário, diplomata, cientista político e foi um dos integrantes da equipe econômica do ministro Paulo Guedes.

CrescimentoAo Canal Livre, com apresentação de Eduardo Oinegue e participação das jornalistas Juliana Rosa e Lana Canepa, Troyjo falou da atual conjuntura global nas relações econômicas e políticas; do papel dos países emergentes, seus desafios e oportunidades.


Considerando que de 2013 a 2021 o Brasil cresceu, no acumulado, 1,2%, o que significa 0,16% ao ano, e que a população cresceu mais do que isso, tendo na prática o empobrecimento do País, o economista destaca a internacionalização da economia, com uso do comércio exterior como “plataforma fundamental” da inserção econômica do Brasil no mundo.Ele comparou o crescimento dos países emergentes e apontou erros do Brasil no processo.


“O aparecimento do conceito de Brics está associado a um estudo que o banco americano Goldman Sachs fez no início dos anos 2000 e que mostrava um pouco de como seria a composição do bolo do Produto Interno Bruto mundial para dali 30 anos. E aí se viu que esses países com grande território, com grande contingente populacional, líderes regionais, Brasil, Rússia, Índia e China tinham uma chance grande de ir cada vez mais ocupando um espaço puxado pelo declínio relativo das economias mais maduras", explica.Troyjo lembra que o protagonismo da China é um fenômeno de poucos paralelos na história.


“Se fizer uma análise do período vai ver que houve uma expansão muito impressionante da China e da Índia. No começo do milênio, a China era uma economia do tamanho da Itália, com 2 trilhões de dólares. Hoje ela está se avizinhando com 19 trilhões de produto interno bruto nominal e já é economia, medida pela paridade de poder de compra, maior do mundo. Esse é um eclipse raro na história econômica.


A última vez que aconteceu foi em 1870, quando os EUA ultrapassaram a Grã-Bretanha como maior economia do mundo", lembra.Para ele, os outros integrantes do Brics também souberam se destacar. “A Índia também, partindo de patamares um pouco menores que da China, no entanto, em anos recentes, cinco anos que antecederam o fenômeno da Covid-19 a Índia cresce a 7% ao ano, o que significa dobrar sua renda per capita no espaço de uma década", ressalta.


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"A Rússia se beneficiou bastante também, no início da década, com o aumento do preço internacional das commodities minerais”, diz. Já no caso do Brasil, na visão de Troyjo, faltaram reformas estruturais.


"O Brasil teve uma expansão menos impressionante, porque não veio associado a reformas estruturais e, sobretudo, aqui, talvez, o Brasil tenha ficado à margem daquilo que é uma missão que a história econômica mostra desde o final da segunda guerra mundial. Se você pensar em todos os milagres econômicos, de 1945 para cá - Alemanha, Japão, China desde 1978, o Chile em alguma medida, Espanha desde 1982, seguramente a Coreia do Sul da metade dos anos 1970 para cá. Esses países têm diferentes origens civilizacionais, tem diferentes regimes políticos.


Agora, eles têm uma coisa em comum. Todos eles utilizaram o comércio exterior, o comércio internacional, como uma plataforma fundamental da sua inserção econômica no mundo e da sua prosperidade. O Brasil fez isso? Não. Durante muito tempo o Brasil foi um dos países mais fechados do mundo”, critica.PerspectivasTroyjo fala de sua experiência no governo e diz que o País passou a ter uma “performance pujante” na balança comercial.


“Tive uma experiência recente no governo brasileiro, um pouco antes de assumir a secretaria especial de comércio exterior e assuntos internacionais do ministério da economia, em 2018 a gente tinha feito uma análise sobre quais países eram os mais fechados do mundo utilizando o critério de quanto de exportações e importações, a soma disso, representa no pib de um país.


O Brasil dava 19%. Só tem três países como o porcentual menor, Cuba, Sudão e Turcomenistão. Isso nos últimos três anos e meio, alterou bastante, o Brasil tem aí uma performance, digamos aí, muito mais pujante, só que o Brasil não fez essa lição.


O Brasil, a Argentina, a Turquia”, enumera.Para acelerar o crescimento, o mercado internacional fica de olho na infraestrutura adequada. Ele considera que a capacidade do País só atrai mais investimentos. "O Brasil tinha em 2018 menos quilômetros de ferrovias em operação do que os Estados Unidos tinham no final da Guerra Civil. Isso mudou muito nesses últimos anos, não apenas pelos investimentos já feitos, mas pelos investimentos encomendados", diz.


FONTE: Resumo de https://www.band.uol.com.br/economia/noticias/marcos-troyjo-comercio-exterior-e-plataforma-fundamental-para-o-crescimento-16524696

 
 
 

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