Aumenta o volume de importação de plásticos e rejeitos
- Cesar (da TOTH)

- 26 de set. de 2023
- 2 min de leitura
O volume de importação de resíduos plásticos vem aumentando no Brasil. É o que foi verificado nos dados disponibilizados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, levantados pelo grupo de pesquisa Núcleo de Caracterização de Materiais (NuCMat), que integra o Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil (PPGEC) da Unisinos.
A pesquisa, financiada pela rede Gaia, através da Aliança Resíduo Zero Brasil (ARZB), constatou que há muitas dificuldades de se encontrar dados precisos sobre a situação dessas operações comerciais.
Para se ter uma ideia, os dados liberados pelo governo federal, até março de 2023, mostravam que em 2021 foram importadas 8.620 toneladas, em 2020, 6.340 ton, em 2019, 5.120 ton (veja tabela completa).
Ano
Total Importado (toneladas)
2011
6.940
2012
4.120
2013
4.940
2014
3.630
2015
3.530
2016
3.690
2017
4.560
2018
4.590
2019
5.120
2020
6.340
2021
8.620
Importações de resíduos de plásticos para o Brasil nos últimos 10 anos (Fonte: Ministério da Ind. Comércio Exterior e Serviços)
Um dos fatores que fizeram com que esses números tenham crescido é que o governo Bolsonaro zerou a alíquota de importação desse tipo de resíduo. Por pressão principalmente dos catadores, a atual administração aumentou a alíquota em 18%, o que na opinião do professor Carlos Moraes deveria ser bem maior, pois é preciso investir na reciclagem do resíduo sólido gerado aqui no Brasil.
Atualmente, por questões de mercado, abundância de materiais, os preços dos recicláveis também foram afetados. Isso tem provocado a queda do preço pago aos catadores, que obtém sua renda através da comercialização dos materiais recicláveis que chegam através da coleta seletiva e que são triados por eles.
Apesar de haver demanda por recicláveis, um dos maiores problemas da atualidade, especialmente para grandes centros urbanos, é a produção e o gerenciamento do grande volume de resíduos e rejeitos. Há muitos desafios para dar conta do que geramos e, ainda, importarmos resíduos de outros países.
Convenção Internacional proíbe importação de rejeitos
A Convenção de Basileia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos prevê a proibição ou restrição de importação de rejeitos (o que não se consegue reciclar, nem reaproveitar) e de resíduos perigosos. Além disso, gera outro problema, pois sem rastreamento, não se sabe qual empresa vai reciclar ou reaproveitar esses resíduos, se realmente vai virar matéria-prima. Os dados disponibilizados pelos órgãos competentes não informam qual a destinação que essas importações estão tendo.
Então o que não se quer em um país, pode acabar vindo parar no Brasil, trazendo riscos e problemas para governos e para a própria sociedade. O professor Carlos Moraes explica que é comum uma empresa adquirir um tipo de resíduo gerado pelo seu cliente, mas muitas vezes acaba aceitando outros como parte do negócio. Ele exemplifica com o caso da compra de aparas de algum tipo de couro sintético. Uma indústria calçadista adquire um volume, mas não usa tudo, o que acaba gerando rejeito. O mesmo pode acontecer com a importação de pneus.

FONTE: https://www.brasildefators.com.br/2023/09/25/aumenta-o-volume-de-importacao-de-plasticos-e-rejeitos




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